Quinta, 24 Fevereiro 2022

Agraciada com a Comenda Quinca Barão, Georgeta Mitre Amorim morre aos 96 anos

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A Câmara Municipal de Cláudio, através da Mesa Diretora e vereadores, emite nota de pesar em razão do falecimento da ilustre cidadã Georgeta Mitre Amorim, na tarde da última quarta-feira (23).

O Município de Cláudio decretou luto oficial de três dias diante da sua importante atual social na cidade.

Georgeta iria completar em novembro 97 anos de vida. Ela recebeu da Câmara de Cláudio importantes honrarias em vida. A primeira delas, em 2005, foi a título de Mulher Cidadã e, em 2017, a Medalha Quinca Barão, importante honraria outorgada pelo Poder Legislativo local.

Aos familiares, nossos sinceros votos de pesar em nome de toda Câmara Municipal de Cláudio.

Saiba mais sobre a trajetória de Georgeta Mitre Amorim:
Nascida em Cláudio, no dia 12 de novembro de 1925, Georgeta Mitre Amorim é filha do famoso empresário e empreendedor Rachid Mitre e da grande dama Saud Mitre, ambos libaneses.

Sexto filho em uma prole de dez crianças, Georgeta nasceu numa época em que o pai se iniciava no trabalho de beneficiar arroz. Sua infância foi muito difícil. Aos cinco anos já ajudava o enérgico Rachid no primeiro açougue da cidade.

Desde pequena sempre gostou muito de política. Acompanhou a trajetória de todos, inclusive do Quinca Barão, que a chamava carinhosamente de ‘minha turquinha’. No período do Integralismo (de Plínio Salgado), ela que gostava muito de oratória, decorava os discursos e, depois, com a turminha que a acompanhava, repetia as falas dos políticos.

Mesmo com tenra idade, foram se acumulando as mais variadas experiências – trabalhou no comércio, na indústria e na roça, onde arou, plantou e colheu. No conjunto de suas obrigações infantis a escola estava em segundo plano. Mesmo assim, com o sacrifício que nunca lhe faltou, recebeu o diploma do Grupo Escolar Coronel Joaquim da Silva Guimarães, em 1936, aos onze anos de idade.

Veio a adolescência. Enquanto o pai insistia para que ela se preparasse para ser uma dona de casa, a mocinha optou por ajudar ao pai no ofício de cozinhar carvão, enfrentando os riscos de morar num rancho de sapé, durante dois anos.

Sempre trabalhou com honestidade e muita justiça, defendendo seus direitos. Enfrentou delegados, prefeitos e juízes. Defendeu os mais pobres e carentes, além de toda a ajuda que prestou a todos como comerciante.

Ainda bem jovem, casou com Antônio Martins Amorim, o “Tonho da Farmácia”, com quem teve os filhos: Humberto, Sigesberto, Audiberto e Claudioberto. O casamento provocou uma mudança brusca na vida de Georgeta, pois a Farmácia do marido era um hospital para a cidade. Georgeta aprendeu todos os procedimentos farmacêuticos com ele e pôde então compreender que seu trabalho era antes de tudo uma missão humanitária — enquanto os ricos iam se tratar nas grandes cidades, ela ia até aos pobres, na zona rural — pela consciência de fazer o Bem.

Enquanto isso, seu pai, Rachid Mitre implantou a primeira fundição de ferro gusa em Cláudio – “Fundição Libaneza”, que foi a semente de transformação da cidade em polo industrial.

Por seu lado, Georgeta se ofereceu de corpo e alma àqueles que a procuravam nos momentos de doença e sofrimento. A realidade da farmácia provocou mudanças profundas na sua maneira de ver a vida.

No final da década de 1950, Georgeta e a população claudiense perderam Rachid Mitre e sua esposa Saud, grandes personalidades do progresso municipal.

As dificuldades continuavam constantes, mas na sua memória vinha a imagem do saudoso pai dizendo: “Sempre que cair, levanta mais forte e começa tudo novamente.” E Deus sempre lhe estendeu a mão nesses momentos de queda. Em 1963, substituiu, interinamente, sua irmã, Janete, no Fórum de Cláudio, quando esta se transferiu para Belo Horizonte, para acompanhar o marido que trabalhava na Coletoria Estadual.

Assim, sua nomeação foi sendo renovada até se aposentar, em 1993. Foi um período de muito trabalho, pois foram vinte e oito anos sem uma licença sequer, além de ter sido vítima de injustiças e perseguições políticas por pessoas que queriam seu cargo. Trabalhou no Fórum nas atividades de Contadora, Distribuidora, Tesoureira e Calculadora de Partilhas.

A participação de Georgeta na vida social de Cláudio é digna do mais alto reconhecimento. Seu pioneirismo nas atividades de criação e construção de entidades beneficentes dissemina os movimentos de solidariedade junto ao povo claudiense.
Como exemplo, cita-se sua colaboração na construção e manutenção da Casa de Menores São Tarcísio e da Creche Mãe Chica. Integrou a comissão de construção da Igreja Nossa Senhora Aparecida; participou da criação do Clube de Mães Saud Mitre e do Lactário Paulina Dutra Alves. Esteve sempre presente nos eventos sociais, culturais e religiosos da cidade, auxiliando, motivando e compartilhando com altruísmo.
Sem dúvidas, Georgeta foi uma vitoriosa aqui na terra! Nossa gratidão...

Thiago Góis – JP 18.480-MG

 Assessoria de Comunicação

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