Quinta, 15 Julho 2021

Vereadores marcam presença na inauguração da 'Escadaria Vereador José Neves de Sousa'

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Foi inaugurada na manhã desta sexta-feira (16) a revitalização do 'Escadão do Valongo', que agora passou a se chamar Escadaria Vereador José Neves de Sousa, após legislação votada na Câmara.

A pintura, inspirada em outros exemplos de escadarias Brasil afora, só foi possível graças a parceria do Banco Sicoob Copermec e Prefeitura.

A inauguração contou com a presença de familiares do saudoso vereador, além de autoridades do Poder Legislativo e Executivo.

O local, antes escuro e abandonado, agora vira um espaço de visita com cores e expressões pintadas pelo artista plástico Saulo Pico em conjunto com uma dedicada equipe de profissionais.

O espaço recebeu o nome do ex-vereador José Neves, abnegado benfeitor do bairro Valongo e adjacências, após aprovação de projeto de autoria do vereador Tim Maritaca. Durante a tramitação da matéria, familiares de José Neves participaram das votações junto de representantes do Sicoob e da Prefeitura.

Saiba quem foi José Neves

Nasceu em Cláudio, no dia 10 de fevereiro de 1953. Veio ao mundo em casa, pelas mãos da parteira Angelina de Oliveira, que ele chamava de Vó Sangelina.

Filho de Maria Concebida de Sousa Pereira e Francisco Pio da Fonseca, herda o nome de seu avô José de Sousa Neves. Teve quatro irmãos: Jaime, Cristovão, Raimundo Jane e Mônica. Mais tarde sua mãe lhe deu mais 26 irmãos de criação.

Teve infância difícil, começou a trabalhar cedo e, apesar de não ser o mais velho dos irmãos, sempre se considerou arrimo da família.

Estudou na Escola Estadual Inocêncio Amorim até 4ª série e fez Ginásio na Escola Quinto Alves Tolentino.

Na época de ginásio trabalhou na Fundição Libaneza. Fez o curso de datilografia, que era importante na época. Era dotado de extraordinária inteligência.

Quando jovem foi para Brasília com um grupo de amigos (Ivan da Dona Luca, Manoel do Correio e outros), em busca de trabalho

Após algum tempo, retorna a Cláudio e começa a trabalhar em Armazém do Expedito (hoje Dito Supermercado).

Conheceu sua esposa Alfa (Tuquinha) em 1975. Casaram-se e tiveram quatro filhos: Monica, Milena, Micaela e Renam. E, depois de casado, morou em BH enquanto funcionário da Fiat.

Zé Sintico (Sintico era o apelido do seu pai), como gostava de ser chamado, trabalhou muito. Foi vendedor de tijolos, pinga, rapadura e farelo de trigo, dentro e fora do município.

Foi motorista da Viação Transmoreira durante algum tempo. Teve ônbus de turismo. Transportava os “apanhadores” de café, jogadores de futebol, ternos de congados, casamentos na roça etc.

Foi caminhoneiro devoto de Nossa Senhora Aparecida e São Cristovão. Era muito religioso. Não perdia uma missa aos domingos, tendo sido confrade de conferência. Fundou a primeira Associação de Bairros da cidade, sendo o primeiro presidente da AMBAS.

Foi um dos fundadores da conferência Santo Agostinho. Contribuiu para que as casas do seu bairo fossem legalizadas as escrituras.

Projetou e concluiu na Rua Itutinga um escadão, que hoje passou a ter seu nome. Antes o local era um barranco que era impossível tansitar em época de chuva.

Era fã incondicional das duplas Milionário e José Rico, e Tião Carreiro e Pardinho. Torcia para o Cuzeiro.

Tinha orgulho do seu bairro, o Valongo, e lutou muito junto ao poder público por melhorias naquelas ruas onde tanto brincara e tantos amigos fizera quando criança tanto que a Praça do bairro leva o seu nome: “José Neves”.

Lado a lado com sua mãe, capinou, limpou lote, e teve a alegria de colocar a pedra fundamental da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, tendo participado mais tarde da Comissão em prol da construção do templo religioso, uma das marcas mais significativas do bairro.

Sempre lembrava que, antes da igreja, as missas no bairro eram celebradas na carroceria de seu caminhão.

Talvez seja de sua mãe que ele herdou o dom de sempre ajudar as pessoas.

Muitas famílias puderam contar com a sua preciosa ajuda em todos os sentidos, um auxílio material, uma conversa amiga, viagens de carro para consultas médicas e internações em Divinópolis e Belo Horizonte, pois houve época em que a cidade não possuía ambulância para as emergência.

E o interessante é que ele jamais deixava de ajudar. Quando não tinha carrro, pedia emprestado e servia os necessitados.

Ele era assim generoso, preocupado com as pessoas. Participou de várias campanhas políticas.

Candidatou-se a vereador na eleição de 1993, tendo exercido o cargo de 1994 até o início de 1995.

Os amigos e eleitores falam até hoje que ele não se deixou influenciar negativamente pelo cargo político e conquistou seus eleitores. Era uma só pessoa: antes e depois de estar no ‘poder’.

Quem não se lembra do caminhão cheio de gente para ir para a Beira do Rio, ou com jogadores, buscando diversão nos campos de futebol das redondezas? Ele percorria o bairro buzinando e chamando todos!

Teve vários afilhados e esses, quando se casavam, convidavam-o para entrar na igreja de braços dados com os noivos.

Ele ia com gosto, e sempre emocionado com a honra pelos convites. Ensinou muitas pessoas e alguns irmãos a dirigir.

Faleceu vítima de um acidente no ano de 1996. José Neves de Sousa deixou na época mãe, irmãos, esposa, filhos, genros, e amigos com a certeza de que a saudade existe não porque estamos distantes, mas porque estivemos juntos um dia.

Para ele, que adorava esta música:
“.....fica sempre um pouco de perfume nas mãos de quem oferece rosas”.

Thiago Góis – JP 18.480-MG

 Assessoria de Comunicação

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