Biografia da professora Maria do Carmo Fátima
A professora Maria do Carmo Fátima nasceu aos 10 dias do mês de fevereiro de 1954, no distrito de Monsenhor João Alexandre, em casa, parto assistido pela parteira Ana do Marcelo que se tornou sua Madrinha. Filha do casal Antônio Resende Morais e Cecília de Freitas Morais, sendo o pai Agricultor e Barbeiro e conhecido pelo seu intelectual nato e sua vivência cristã e a mãe do lar e costureira, sempre atuante e querida por toda comunidade, tornando-se assim a mãe, amiga e avó de muitos moradores. Sua origem de família numerosa é a quinta filha de 10 irmãos: Geraldo, José Maria, Antônio Eustáquio, Natália Maria, Vicente, Raimundo Tadeu, Ananias, Maria José (in memória) e Marcelo Pascoal.
Cresceu em um lar simples, com muitas dificuldades, porém com muito amor e ensinamentos morais, éticos e cristãos. Descobriu sua vocação em ser educadora na infância. Infância esta que foi limitada, devido aos seus problemas de saúde não lhe permitindo as peraltices comuns de qualquer criança, mas sempre com muito interesse pelo mundo das letras, números e palavras, pois quando seus irmãos mais velhos faziam suas tarefas escolares ela estava sempre por perto, atenta, curiosa e com eles aprendeu o alfabeto, os numerais e a ter gosto pelo universo do saber.
Ingressou sua vida escolar em 1960 na E.E. Custódio Costa em sua comunidade, na primeira série do Ensino Fundamental em uma turma multisseriada. Já alfabetizada aos sete anos, tendo como professora Maria Alves Teixeira conhecida carinhosamente como Dona Maricota. Por já dominar alguns conteúdos, a professora já a colocou desde o início do ano como monitora da turma para ajudar os colegas. Nesta escola concluiu com êxito o ensino fundamental em 1964. O mais importante desta trajetória escolar é que aguçou ainda mais, naquela pequena menina, o gosto pelo ensinar e aprender, tendo como inspiração suas professoras.
Por força das circunstâncias e dificuldades da época em dar continuidade nos estudos, retornou em 1971 para o curso de adimissão. Nos seguintes quatro anos cursou e concluiu o ginasial na Escola da Comunidade Quinto Alves Tolentino em Cláudio, assim vencendo mais uma barreira, uma vez que poucos tinham esta oportunidade e privilégio de dar continuidade aos estudos. Ressaltando que ainda cursando a quinta série, Maria do Carmo pela primeira vez assume a profissão de educadora como alfabetizadora de adultos no MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) considerado um dos marcos na história da educação brasileira, onde atuou ao mesmo tempo que estudante na função de alfabetizadora.
Em 1976 ingressou no curso de contabilidade (segundo grau) na mesma escola, sempre conciliando estudo e trabalho com muita dedicação e amor pela educação, já a sua profissão por escolha desde a sua primeira infância. Neste ano assumiu um cargo de suma importância na educação municipal, deixando de ser professora alfabetizadora para ser Supervisora Municipal do MOBRAL, a convite de Venturina Prado Canaan e Sr. Alberto Ferreira Pinto presidente da comissão. Como supervisora inovou a filosofia do MOBRAL, por meio de projetos criativos, significativos e trazendo a realidade de cada estudante, tendo como embasamento “Paulo Freire”, sempre proporcinando uma visão além do alfabetizar (ler e escrever), priorizando a valorização, a interação, o saber fazer “fazendo a diferença” e assim mudando realidades. Neste período assumiu também o cargo de professora de Ensino Religioso na Escola da Comunidade Quinto Alves Tolentino, cargo que exerceu de forma ineterrupta até se aposentar em abril de 2011, trabalhando e contribuindo na formação ética, social e Cristã em diversas escolas: “Quinto Alves Tolentino, Inocêncio Amorim, Maria Dias Coelho, Custódio Costa, Wilson Veado, Geraldo Eugênio e Tancredo Neves”.
Como professora de Educação Religiosa um dos seus feitos que fez a diferença do seu trabalho, foi a realização das celebrações Ecumênicas na E.E. Presidente Tancredo Neves durante a Campanha da Fraternidade, chegando a contar com a presença e participação de 16 líderes das diversas Igrejas Cristãs existentes em Cláudio, valorizando e interagindo com todas as denominações religiosas.
Tendo terminado o curso de contabilidade, em dezembro de 1978, em janeiro do ano seguinte prestou vestibular para o Curso de Pedagogia no INESP em Divinópolis, sendo aprovada em sexto lugar, ganhando uma bolsa de estudos. Neste período em sua carreira profissional assumiu em maio de 1977 o cargo de bibliotecária e assessora da primeira Secretaria Municipal de Educação, Senhora Venturina Prado Canaan, a convite do Senhor Inácio Ferreira Sacramento Prefeito Municipal da época. Maria do Carmo participou assim de mais um marco em prol da educação contribuindo na criação do SME (Serviço Municipal de Educação), bem como da expansão da Biblioteca Municipal ampliando o seu acervo e abrindo suas portas para o acesso de toda população. Para exercer com conhecimento o cargo de Bibliotecária fez um curso Intensivo de Biblioteconomia na Faculdade de Formiga, oferecido pelo INL (Instituto Nacional do Livro).
Como assessora da Secretaria Municipal e larga experiência em sala de aula, ajudou a promover vários eventos na cidade para buscar recursos financeiros próprios, pois nesta época não haviam verbas destinadas a educação como nos dias atuais. Com o objetivo de oportunizar um melhor trabalho didático pedagógico nas escolas, valorizar a profissão do educador e oferecer melhores condições de trabalho, implantando a infraestrutura das escolas rurais e assim atingindo o principal objetivo de garantir uma educação de qualidade e HUMANIZADA, o que faz a diferença até os nossos dias no ambiente escolar.
Em 1981 no sexto período do curso de Pedagogia do INESP foi informada que precisava ter o Curso Normal (magistério) para formar em Pedagogia. Com a ajuda de Maria Aparecida Freitas e Celeste Freitas Paulino da Costa cursou o Supletivo, por meio de prova escrita e estágios em Belo horizonte, concluindo com êxito o curso de Magistério e assim contando então com dois curso de segundo grau: Técnico em Contabilidade e Magistério.
Em maio de 1983 com a mudança da gestão municipal, foi desvinculada dos cargos de bibliotecária e assessora, mas neste mesmo ano passou no concurso público no cargo de Supervisão Escolar, assumindo a vaga na Escola Estadual Custódio Costa na sua comunidade de origem, realizando o seu tão esperado sonho “Estudar, profissionalizar para atuar como educadora em sua querida escola”, onde tudo iniciou. Atuando como Supervisora na E. E. Custódio Costa e como professora de Ensino Religioso fez seus cursos de Pós Graduação em Supervisão em Batatais (SP) e Pós Graduação em Ciências da Religião no INESP em Divinópolis.
Dentre tantos feitos e conquistas em favor da amada E. E. Custódio Costa durante o período em que lá atuou como supervisora, vale ressaltar que juntamente com a Diretora Abgail Rezende, conseguiram com muito empenho a extensão de uma turma de primeiro ano do segundo grau vinculada à E. E. Quinto Alves Tolentino, conforme a portaria 1375/87 em 14/03/87. Esta conquista abriu espaço para que os educandos daquela escola cursassem na mesma instituição o segundo grau.
Portanto, a educadora Maria do Carmo Fátima dedicou 40 anos de sua vida ao magistério, sempre prestando sua colaboração, conhecimento, dedicação e carinho em prol de uma educação de qualidade e equidade, fazendo valer sua visão de escola: “Lugar para se pensar e repensar a ética, lembrando sempre ao educando que somos seres pensantes e desejantes, pois quando penso e interpreto, sou capaz de expressar minhas ideias e mudar a realidade”; e seu lema: “Falar sempre com sabedoria e humildade; educar com amor e para o amor; não buscando um caminho novo e sim, um novo jeito de caminhar”. Nesta breve e singela biografia que fique como exemplo este legado, de uma educadora que nunca mediu esforços para oferecer o melhor de si mesma em prol de uma educação transformadora, formando cidadãos conscientes da importância do exercício da cidadania e da preservação dos valores éticos, da moral e saber.
Biografia da professora Dayse Lúcide Rocha Cannan
Dayse Lúcide Rocha Canaan nasceu nesta cidade de Cláudio, em 18 de novembro de 1957 e é filha de Paulo Gonçalves Rocha, falecido há 36 anos e de Zélia Canaan Rocha, hoje com 90 anos.
É a segunda dos cinco filhos do casal, que são: Olga, ela, Eliane, Patrícia e Bernardo. Seus avós maternos vieram do Líbano e os paternos eram da família Gonçalves, nome muito conhecido por aqui.
Teve uma infância muito feliz: as brincadeiras eram saudáveis, na maioria das vezes na rua, pois não havia perigo algum brincar até mais tarde e, só entravam pra casa, quando os pais chamavam. Ela diz que os filhos foram criados com valores fortes que os movem até hoje: respeito, honestidade, tratar todas as pessoas iguais, amor à Pátria... sabiam os Hinos de cor, pois em casa e na escola, as lições eram para a vida.
Desde criança teve muita inclinação para os estudos e, com 4 anos, aprendeu a ler sozinha. Na época, não existia escola infantil ou creche, mas com 5 anos, frequentou o Jardim da Infância (como era falado), mas por apenas 6 meses, pois não tinha quantidade suficiente de crianças para manter esta sala, que funcionava na Rua Itaúna. Fez o primário na Escola Coronel Joaquim da Silva Guimarães e, logo em seguida, fez exame de admissão para entrar no ginásio, hoje Escola Estadual Quinto Alves Tolentino. Um fato interessante é que tomou recuperação na matéria que seria, mais adiante, a sua profissão: a difícil Matemática. Com aulas particulares com o professor Cambote, passou a ter amor àquela matéria que tinha sido reprovada. Seguiu adiante, fazendo o ensino médio, naquela época chamado de Segundo Grau. No 1º ano, teve sua vocação confirmada em Matemática, com a professora Helenice. No 3º ano foi contemplada com a faixa de estudante do ano. Sempre gostou muito de estudar e formou com 17 anos, pois havia entrado no primeiro ano com 6 anos, porque já sabia ler. Outro fato interessante é que, tendo se formado com 17 anos e, começando logo a dar aulas nas escolas da cidade, foi preciso usar o CPF do pai para começar a trabalhar, por ser ainda menor de idade. Então, com muita vontade de fazer Faculdade, seguiu fazendo o curso de Matemática na cidade de Formiga, precisando ainda usar o CPF do pai para se matricular. Época difícil, pois era preciso pegar dois ônibus para chegar até a Faculdade, junto com as companheiras Elisete e Leile, mas foi um aprendizado. Formou-se e, logo já começou a lecionar a matéria e, com muita dedicação, fez concurso para conseguir efetivação na carreira. E conseguiu! Passou em 2º lugar e foi logo efetivada. Daí em diante, foi professora na E. E. Quinto Alves Tolentino, onde fez carreira com muitos professores, hoje também aposentados, mas que carrega como grandes amigos e companheiros de trabalho e de vida. Sempre foi apaixonada pela profissão e por seus alunos que também tinham muito carinho por ela. As aulas de Matemática eram bem ecléticas com karaokês, piqueniques, passeios nos cinemas, mas principalmente, com cuidado para que todos os alunos tivessem o mesmo gosto pela matéria, que sempre foi o “bicho papão” das escolas. Dizia sempre: “se eles não gostam de Matemática, precisam gostar pelo menos de mim”. Acho que conseguiu, pois no final de sua carreira, estando para se aposentar, já com 33 anos de serviço, foi contemplada com a Medalha de Ouro na 1ª Olimpíada Bresileira de Matemática, a OBMEP. Foi literalmente fechar a carreira com chave de ouro. Seu lema sempre foi: “Faço o que amo e amo o que faço”!
Depois de 6 meses aposentada, foi convidada para trabalhar na APAE, onde ficou por 8 anos: grande oportunidade de se doar por amor àqueles que tanto precisam de atenção e carinho. Ela diz que amou essa época e que conviveu com pessoas fantásticas!
Casou-se com 23 anos e teve 3 filhos: Guilherme, com quem mora, que ainda é solteiro e namora a Thais; Raquel casada com Aílton e Sérgio casado com Letícia. Tem 3 netos: Felipe com 14 anos, Laura com 7 e Júlia com 2, seus amores e xodós. Ela diz: Tenho uma família linda! Os sobrinhos, a quem ama como filhos, foram criados juntos. Na vizinhança, os filhos de todas as casas eram das mesmas idades dos dela e era na sua casa que se reuniam para brincar, fazer tarefas da escola e para, no final de tudo, fazer um lanche na varanda da cozinha, que era muito grande. O que eles mais gostavam era de comer melancia de colher. Os sobrinhos diziam: “A casa da tia Dayse é o melhor lugar de passar as férias!” É católica, com muito orgulho, e iniciou uma nova profissão, que condiz com o que vive atualmente. Faz artesanato sacro com muito amor, preenchendo seu tempo com essa arte que já foi parar em Orlando, Austrália e em muitos estados do Brasil. Faz parte dos serviços da sua Igreja: é integrante de um coral das Celebrações das Missas junto com a Meire, é coordenadora das equipes de canto, coordenadora de um grupo do Movimento de Cursilhos, faz parte da equipe de Liturgia nas duas Paróquias, equipe de Semana Santa e ajuda nas demais atividades da Igreja com muito carinho, sempre que é solicitada. Sua nova profissão tem tudo a ver com sua Fé.
Hoje, com quase 65 anos, tem uma vida feliz, realizada e tem um grande sonho: conhecer a Terra Santa, mas que já são planos para um futuro bem próximo.
Dayse tem o costume de, nas sextas feiras, tomar vinho com as vizinhas D. Maria e Irene, às vezes as três juntas, às vezes com uma só ou, se não tiver nenhuma das duas, ela toma sozinha mesmo. Diz que, se deixar pra depois, pode perder o costume desse gostoso hábito... e ri! Ah!!!! E uma novidade inusitada para sua idade: fez, há 3 meses, uma tatuagem no braço, homenageando seus pais com suas assinaturas, coisa que nunca havia pensado antes, mas agora os tem “grudados nela”, literalmente. Está extremamente honrada por participar dessa homenagem e por receber uma medalha de tão grande peso e valor e diz que ser professora foi a profissão que escolheu e desempenhou com muito zelo e dedicação e que, na verdade, depois de 15 anos que se aposentou, pensa com muita modéstia, que é mesmo merecedora, pois sempre exerceu com amor sua vocação e pode-se dizer que já deu aulas para metade da população desta cidade.
Biografia da professora Leandra Aparecida da Costa Vaz
Nascida na comunidade rural de Campos da Formiguinha, neste município, Leandra Aparecida da Costa Vaz é filha de Joaquim Balbino da Costa e Maria Cândida Delfina da Costa. Possui seis irmãos, sendo estes quatro homens e duas mulheres. É casada com Valdir Felizardo Vaz com quem tem uma filha, Hedja Anaira, e um neto, Guilherme Henrique.
Teve uma infância feliz, onde brincava muito com os primos que na época eram os vizinhos mais próximos. Estudou da 1ª a 4ª série na escola que na época era chamada de Escola Estadual Bárbara Rodrigues Amorim e, mais tarde, Escola Municipal Tombadouro.
Para chegar até essa escola andava a pé por cerca de hora e meia, mas tinha o prazer, pois sempre sonhou em estudar para ser professora e seus pais também faziam todo o esforço para que ela fosse para a escola.
Leandra lembra com muito carinho até hoje de sua primeira professora, a Maria das Graças, a "Dona Doca", seguida de “Dona Fé”, Dona Alice Cury e Dona Alice Rezende. Até nos dias atuais, o ambiente escolar te faz muito bem.
Assim que terminou o primário, aos nove anos, veio para a cidade para trabalhar como babá, mas sempre com o sentido de que tinha que estudar mais para alcançar alguns objetivos e ser professora.
Aos 13 anos, foi trabalhar na casa da saudosa Maria das Graças, onde mencionou para ela que tinha o sonho de estudar e ser professora. Mostrou muito empenho para que pudesse estudar e ainda disse: "Não vai ser fácil, mas tenho certeza que vou conseguir”!
E a luta começou e continuou... Trabalhava durante o dia como doméstica e estudava no período noturno na Escola Maria Dias Coelho, da 5ª série até a 8ª série. Cursou o magistério na Escola Quinto Alves Tolentino, tendo se formado em dezembro de 1991.
A primeira escola que lecionou como professora foi na Inocêncio Amorim. Trabalhou muitos anos como designada em várias escolas aqui em Cláudio. No ano de 2000, foi designada para lecionar na Escola Maria Dias Coelho até, que no ano de 2002, realizou o concurso, onde continuou seus trabalhos nesta mesma escola até nos dias atuais em que trabalha como professora. São quase 22 anos de trabalho prazeroso nesta mesma escola porque cita que ama o que faz.
Mesmo assim, não parou com os estudos. É graduada no curso normal superior, possui pós-graduação em educação infantil, alfabetização e letramento, supervisão educacional e educação especial. E está a caminho da segunda graduação em educação especial.
Por estes e outros motivos é que a Polícia Militar de Minas Gerais, na pessoa do tenente Tiago Moura, homenageia a professora Leandra Aparecida da Costa Vaz com a medalha ‘Mérito Educacional Professor Aldo Ambrósio Duarte’.